Instituto Confúcio na Unesp

 Matriz do Instituto Confúcio na China (Hanban)

em comemoração ao “Dia do Instituto Confúcio – 2016”

apresentam

 
obras chinesas para percussão

 

26 de setembro de 2016 – 19:30
“Auditório do Instituto de Artes da UNESP”

 Programa

CHEN YI [1953] – Jing Marimba (2009)

Marimba solo

 GUO WENJING [1956] – Drama – Op. 23 (Xi) (1996)

[2º, 5º e 6º movimentos]

Três pares de pratos e vozes

 

YAO CHEN [1978] – Asura (2014)

Marimba solo, voz e dois sinos tibetanos

 

DE-QING WEN [1958] – Kung Fu (1998)

Percussão Múltipla e voz

TONA SCHERCHEN HISAO [1938] – Yi – Six Short Images for Marimba (1973)

Marimba a 4 mãos

 

GUO WENJING [1956] – Parade – Op. 40 (Xuan) (2003)

Trio para 6 gongos da Ópera de Beijing

 

 

 

                                                       cerimônia, ritual

 adequado/apropriado

Historicamente, este é o primeiro concerto totalmente dedicado à música chinesa para percussão no Brasil. Escolhemos o termo YÍ por alguns de seus significados que, de uma forma ou de outra, refletem nossos sentimentos em relação ao processo de construção deste concerto, assim como os ambientes das obras e trajetórias de seus compositores.

 Para este programa selecionamos cinco compositores chineses que, de uma forma ou de outra, independente de suas tendências estético-composicionais, pensamentos e conceitos artísticos, tomam a cultura chinesa como base de seu trabalho.

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01
CHEN YI

A aproximação de Chen Yi [1953] das culturas e músicas folclóricas/tradicionais chinesas sempre foi uma importante ferramenta para a criação de suas composições. Ela foi a primeira mulher a receber o título de Mestre em Música pelo Conservatório Central de Beijing. Sobre a classe de 1978 ela mesma diz: “Nós todos aprendemos música tradicional chinesa — não apenas a linguagem e os instrumentos, mas o próprio pensamento por detrás deles.” A justaposição de influências na sua juventude – o conhecimento dos instrumentos combinado com a fascinação em reconciliar diferentes linguagens musicais – definiram a música de Chen, que mescla as tradições chinesa e ocidental, transcendendo barreiras culturais e musicais.

Vivendo vários anos em Nova Iorque, obteve seu doutorado com distinção na Universidade de Columbia. Defensora da nova música, dos compositores americanos e asiáticos e da mulher na música, foi eleita em 2005 para a Academia Americana de Artes e Ciências. Ela leciona composição na Universidade de Missouri-Kansas City.

Na obra Jing Marimba, o principal motivo se inspira num típico padrão fixo executado pelo instrumento de corda da Ópera de Beijing denominado Jing. Uma obra que explora a natureza percussiva da marimba.

02
YAO CHEN

Yao Chen [1978] estudou no Conservatório de Música de Xangai e no Conservatório Central de Música de Beijing. Nos Estados Unidos, obteve seu PhD em composição na Universidade de Chicago. Dedica-se principalmente à música contemporânea, mas também faz experimentos com outros gêneros, escrevendo música para filmes, teatro e improvisação. Sua percepção de tempo musical, timbre, entonação, pulsação e expressão estão sempre no limiar das fronteiras entre o novo e o antigo, entre o Ocidente e o Oriente, entre o misticismo irracional e a lógica racional. Este cruzamento de culturas, conceitos e disciplinas permeiam sua inspiração criativa e produção composicional, apresentando seu entendimento sobre o valor da música nova em avivar culturas globais. Yao é Professor Assistente de Composição no Conservatório Central de Música da China.
A obra Asura tem como base a cosmologia budista e os ciclos de nascimentos, mortes e renascimentos em diferentes estados da existência.

03
DEQING WEN

Nascido em 1958, numa pequena vila no sul da China, Deqing Wen estudou composição na China, Suíça e França, tendo sido convidado como professor visitante da Universidade de Columbia em Nova Iorque entre 2005 e 2006 e compositor em residência no Festival de Davos em 2009. Atualmente, trabalha no Conservatório de Música de Xangai, onde é Diretor do Departamento de Composição, Diretor Artístico da Semana de Música Nova, Diretor do Centro de Documentação de Música Contemporânea e professor de Composição e “Análise e performance da música contemporânea”. Sua música é uma mistura de música tradicional chinesa e complexas técnicas ocidentais de composição combinadas de acordo com sua própria inspiração. Deqing é profundamente influenciado pela cultura chinesa, principalmente pela filosofia, pintura e caligrafia. Desde 1991 vive em Geneva, retornando à China várias vezes nos últimos anos.

04
TONA SCHERECHEN HSIAO

Historicamente, Tona Scherchen-Hsiao [1938] foi uma das primeiras compositoras a trazer elementos chineses dentro da música de vanguarda da Europa. Filha da compositora chinesa Xiao Shuxian e do regente alemão Hermann Scherchen, ela passou grande parte de sua infância e adolescência na Suíça, vivendo na China de 1950 a 1956. Muitas de suas composições apresentam títulos chineses, sendo que a influência das artes e do pensamento chineses em seu trabalho são mais conceituais que literais. A única exceção é justamente a obra Yi – uma suíte para uma marimba tocada por dois músicos, na qual a compositora recorda e apresenta várias melodias folclóricas ouvidas durante aqueles anos vividos na China. É uma obra comovente, dedicada à sua mãe, a qual Tona provavelmente não pôde ver por aproximadamente três décadas devido à situação política na China.

 

05
GUO WENJING
Guo Wenjing nasceu em 1956 em Chongqing, antiga cidade na montanhosa província de Sichuan. Várias de suas obras apontam para um profundo sentimento em relação à sua cidade natal. Em 1978, dentre 17 mil estudantes, Guo foi um dos cem admitidos na reabertura do Conservatório Central de Música de Beijing. Diferentemente de seus colegas de Conservatório, nunca quis deixar a China, afirmando que não teria sido possível para ele desenvolver sua arte se estivesse vivendo fora e preocupado em se manter, além do fato que isso significaria se distanciar dos cantores e instrumentistas tradicionais chineses que sempre foram sua principal fonte de inspiração.

Apesar de afirmar que não faz música para o mundo ou para a China, ele afirma que sua música é muito influenciada por seu passado, origem e cultura. Ele diz: “Mesmo que os próprios chineses não me aceitassem, minhas composições ainda seriam parte da cultura chinesa, ou pelo menos parte da vida contemporânea chinesa, simplesmente porque eu vivo na China…. E como um compositor chinês vivendo na China, é meu trabalho expressar meus sentimentos sobre aquilo que está acontecendo aqui e agora… [Mas] eu não sei o que deveríamos entender por um ‘compositor chinês’. Ninguém pode regular o que a música chinesa deve ser.” Na cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2008 em Beijing ele criou um programa chamado Movable-Type Printing, no qual atores vestidos com roupas tradicionais chinesas liam os Analectos de Confúcio, o livro doutrinal mais importante do confucionismo. Guo foi chefe do Departamento de Composição do Conservatório Central, onde ainda leciona.


Em Parade, ele utiliza o processo chamado Composição Extrema, procurando expor da maneira mais completa possível as características de um único instrumento, neste caso o gongo da ópera de Beijing. Para isso, sugere que os importantes aspectos e efeitos visuais da obra possam ser vistos pelo público.

Em Drama, ele usa a mesma ideia de que um instrumento – neste caso o prato – pode produzir diversos sons. O título deixa claro, mais uma vez, a importância dos movimentos, gestos e aspectos visuais da performance para esse compositor.

 

Grupo PIAP
Grupo de Percussão do Instituto de Artes da UNESP

Direção: Carlos Stasi
Codireção: Eduardo Gianesella e Herivelto Brandino
Professores Assistentes: Paulo Zorzetto, Rafael Y Castro e Fernando Miranda


Integrantes: Andressa Daniella, Bruna Lopes, Diego Althaus, Fernando da Mata, Fernando Reis, Giovanni Aglio, Gustavo Neves, Gustavo Surian, Joachim Emidio, Jefferson Silva, José Gonçalves, Leandro Amorim, Marcelo Fogaça, Rafael Costa, Rafael Dalchau, Rodrigo Cleto e Rogério Alves.
O Grupo PIAP iniciou suas atividades em 1978 com John Boudler, que foi seu diretor durante 35 anos.

 

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